Foram dias de alegria, convívio, orações e devoção perante a Nossa Senhora de Tróia. Na partida de Setúbal do círio para a Caldeira de Tróia no sábado houve alguns percalços pois as embarcações destinadas para transportar as imagens tiveram alguns impedimentos, mas com boa-vontade correu tudo bem. Á noite a procissão pela praia, enquanto se rezava o terço foi um momento muito bonito, sem duvida um momento a manter.
No Domingo a missa e procissão pela praia foi das mais concorridas pelos devotos, apesar de existir uma grande "disputa" por quem transporta as imagens (existe sempre quem se agarra a um andor e já não deixa ninguém o levar, mas com a imagem de N. Sra. de Tróia isso não acontece e eu consegui levar a N. Sra. um bocadinho =D !!) foi evidente o respeito pela cerimónia e a crescente presença de crianças tanto na missa como ao longo procissão, até porque será das agora crianças o futuro daquela festa.
Na tarde de domingo tiveram parte os jogos na praia, nomeadamente as construções na areia, jogo da corda, jogo da corrida de sacos, estes últimos tanto para adultos como para crianças, e houve ainda o jogo da caça ao pato, que este ano aconteceu sem percalços! Os prémios foram t-shirts, oferecidas pelas entidades que patrocinaram a festa quem não irei nomear pois tenho receio de me esquecer de alguma, e obviamente no jogo da caça ao pato, o respectivo pato para quem o apanhou. Houve ainda jogos de perguntas sobre a festa e outros desafios colocados aos veraneantes que se encontravam a acampar na Caldeira que alguns estabelecimentos comerciais de Setúbal patrocinaram com ofertas várias. A Charanga animou a tarde, percorrendo a praia com música e animação, acompanhada por várias pessoas que a ela se juntam a dançar e a cantar.
Os bailes foram animados pelo André Patrão e tiveram bastante adesão, as noites amenas também ajudaram á presença de tantas pessoas no recinto do baile, tanto no 1º como no 2º dia. O Fogo de Artificio, á meia-noite em ponto, superou todas as expectativas, foi lindo lindo!! Tenho apenas uma sugestão, que foi apontada por várias pessoas, colocarem música em simultâneo ao fogo, recorrendo aos mecanismos de som já disponíveis que animam a festa pela voz de Graciano Guerreiro, ao longo dos 3 dias. Não sei se é possível e se tinha um efeito bonito, nem sei se já foi estudada essa hipótese, mas ficaria ainda mais vivo aquele momento.
Segunda-feira, último dia das festas, de manhã houve missa em honra dos pescadores, familiares e devotos que faleceram, á tarde foi a distribuição dos prémios pela embarcações engalanadas e a todas a embarcações que participaram na festa. Foi de notar que este ano não houve grandes ofertas para crianças, apenas uns binóculos, enquanto que o ano passado ofereceram brinquedos mais aliciantes, talvez por falta de apoios este ano isso não foi possível.
Este ano o círio da Caldeira para Setúbal, que passa pelo Hospital do Outão para abençoar os doentes ali internados, teve um inicio tardio, eram 18.30h mais ou menos quando saiu da Caldeira de Tróia, tal deveu-se á maré tardia, facto que a organização lamentou e assumiu responsabilidade aquando da marcação das datas da festa. A embarcação que transportou a N. Sra. de Tróia foi Os Dois Amores. Foi um círio calmo sem pressas e que contou com a presença de dois roazes do Sado que surpreendentemente surgiram na ré da embarcação, quando por norma o barulho de tantos barcos iria assustá-los. Os Setubalenses saíram de casa e foram até aos vários jardins e locais á beira-rio para verem as embarcações e também eles pedirem graças á N. Sra. do Rosário de Tróia. Por volta das 21.30h regressámos á Caldeira, transportou-se as imagens para a capela e fez a despedida a N. Sra. de Tróia e a todos os santos ali representados com a esperança de que para o ano lá estaremos outra vez para honrá-los e agradecer-lhes pelas graças que temos durante o ano.
Agora alguns apontamentos sobre a organização e afins:
- Fazia falta um vidrão para separação do vidro, é uma festa que faz muito lixo e seria importante existir pelo menos essa separação, visto o consumo de bebidas engarrafadas ser elevado naqueles dias.
- As casas de banho estavam semi-asseadas, gostaria de ali ver casas de banho como já se vê em outros certamos, do tipo Pré-fabricados e com água canalizada, mas isso acredito que apenas vá ocorrer quando restaurarem o palácio e fizerem na Caldeira o Eco-resort como está planeado pela Sonae, só espero que isso não signifique o fim da Festa como a conhecemos, seria uma pena.
- Infelizmente a Caldeira continua um cemitério de embarcações, desde sempre vi aqueles "esqueletos" de barcos pela praia, é um cenário lamentável para um local tão bonito, que tem potencial para ser um paraíso, as entidades responsáveis fecham os olhos mas quem lá passa não o faz, é de facto lamentável.
- A praia não estava nas suas melhores condições, muitos vidros na areia, lixo, já vi a Caldeira em melhores dias.
Apesar destas questões, algumas já antigas, o espírito da festa esteve presente, e quem faz a Festa são as pessoas! E para o ano, se tudo correr bem, há mais!